sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Olá,

Meu nome é Wendy e eu sou, como posso dizer, um cão de guarda ou melhor de companhia, mas que também faz a guarda da casa. Sabe como é né, tenho que proteger aqueles que me alimentam.

Bom, moro aqui na zona sul de São Paulo. Até que moro bem vai. Meus donos são gente boa, tirando que meu dono é maluco (se eu soubesse disso antes não o teria escolhido como dono!). Como foi? Como foi o que? Ah! que eu escolhi meus donos, foi assim...

Era um sábado, sol, muito sol, e nós da raça SPITZ ALEMÃO, mesmo sendo o anão, temos muito pelo, ah, só um detalhe, não confundir SPITZ ALEMÃO com lulu da pomerânia, lulu da pomerânia não é raça, é um nome qualquer que as pessoas colocaram. Tá tá tá... um dia eu conto como surgiu esse segundo nome. 
Voltando ao assunto, então, era sábado e fazia muito sol, e eu estava lá, na casa da minha criadora, gente boa, mas a casa era espaçosa, e ela colocava a gente num canto nos fundos da casa, diga-se de passagem no menor quarto da casa, digo a gente porque moravam, eu, minha mãe e meus dois irmãos, sem nem um jornalzinho para fazer xixi, isso eu aprendi bem depois, com esses donos que vocês vão conhecer na história de hoje.



Meus irmãos e eu brincávamos o dia todo, 5 meses de brincadeiras, corríamos, pulávamos e brincávamos de brigas. Coisa de cachorro sem responsabilidade alguma, sem donos para acompanhar, fazendo xixi em qualquer lugar. Mas é nojento vai, depois fica tudo sujo e a comida fica perto do xixi... Aff, como eu conseguia.


Aí, naquele sábado, eu reparei que a minha criadora estava limpando demais o chão e os móveis, passando todos os produtos de limpeza com o cheiro mais forte possível


Até que a campainha tocou e duas pessoas entram e se sentaram na sala. Pude acompanhar tudo pela parte de baixo da porta.

- Como você sabe que são duas pessoas e não três ou seis, ou sei lá uma multidão? - perguntou o meu irmão que também estava olhando pela porta.

Bom, considerando que aquilo sejam patas da mesma raça da nossa criadora, e, se a nossa criadora tem duas, e ali tem seis,  logo são 3 pessoas. Como aquela que está com aquele dedo pintado com aquela cor ridícula é o da nossa criadora, sobram duas pessoas, ou seja, 4 patas novas e duas conhecidas, logo, duas pessoas. Aff, bicho burro!

Nessa hora eu vi a minha criadora vindo em direção à porta e pela primeira vez saíamos daquele cantinho.

Corri na frente, e para minha sorte, tropecei numa coisa de borracha com tiras moles para o alto e capotei. Meu primeiro capote. Rolei por quase três quadrados no chão e meus dois irmãos chegaram na frente. Um deles deitou perto do pé vermelho o outro foi logo morder o barbante do outro pé, o primeiro levou um chega pra lá do pé vermelho e era brilhante e o outro foi içado nas alturas.



- Olha amor que bonitinho, vamos ficar com esse? - falou o dono do pé com barbante
- Hum, pode ser, então já está escolhido, vamos -  decidiu a dona do pé vermelho.

Resolvi olhar para o alto e pude ver um monte de pelo em volta do pescoço dela, quase deu para ver os olhos daquele que um dia deve ter sido um de nós.


A criadora logo pegou o meu irmão e eu e nos colocou de volta no cantinho, nem um tchau pude dar para ele. Quem tiver notícias dele, fala para ele postar aqui no meu blog.

Enfim mais dois pares de patas chegaram e eu logo me posicionei na porta ao ver os pés da criadora chegar.

- Vou correr, pular a coisa mole com tiras e deitar na primeira pata! -  já estava tudo planejado.



A porta se abriu, parecíamos carros de Fórmula 1. Olhamos um para o outro (eu e meu irmão) e iniciamos uma corrida pelo dono. Minhas patas traseiras se moviam muito rápido, derrapando no chão como rodas de carro, até que eu peguei velocidade e disparei. Meu irmão, coitado, foi me imitar e ficou lá patinando de olho fechado sem sair do lugar. Pulei a borracha mole e corri mais. Confesso que tentei parar a tempo, mas, não deu, Passei batida do primeiro pé, então dei a volta deitei no primeiro pé. Olha, corri tanto que eu fiquei exausta. Não me aguentei e dei uma choradinha de cansaço total.

- Olha amor, ela deitou no meu pé, oohhh tá chorando tá? Está feliz? Viu amor, ela me escolheu.

 Pronto, ele achou que eu estava chorando pra ele, que tonto, eu estava é cansada, ainda bem que ele me colocou no colo, melhor do que ficar no chão duro.

Ah!, meu irmão, bom, depois que ele percebeu que ainda estava no mesmo lugar, correu e ficou correndo de um lado para o outro, pulava, dava voltas... 
Realmente tentou impressionar os meus donos, mas sem chance, é meu. 

Começava ali a minha vida de madame... Me dei bem!